Comentários sem spoiler de Esquadrão Suicida, a virada de jogo da DC

Todos estão preocupados com DC e Warner no cinema, seja você o mais louco fã da DC ou o cara que mais odeia, estamos preocupados se este universo vai se consolidar e vai continuar nos trazendo filme e poderão bater de frente com os filmes da Marvel Studios. Sabemos que ela não começou bem, Homem de Aço e Batman V Superman: A Origem da Justiça dividiram a opinião dos fãs e críticos, o último não alçando o esperado bilhão de arrecadação nas bilheterias.

Esquadrão Suicidá é o nome que poderia reverter este cenário de aceitação dos filmes da DC, mas aparentemente o mesmo divide a crítica especializada, mas porquê?

O filme usou um pouco da fórmula Marvel que é tão amado pela crítica, principalmente na sua dosagem de comédia, Esquadrão foi recheado de alívios cômicos tornando o filme agradável ao grande público, o público que quer chegar no cinema e se divertir.

A comédia exagerado empregada aos filmes da Marvel sempre foi algo que pessoalmente me incomodou muito, mas funciona em Esquadrão, mas tem um porque. Os filmes da Marvel sempre tentaram colocar a piada e o alívio cômico em todas as cenas, poderia ser a cena mais triste do filme que alguém faria uma piada, e muitas dessas piadas e sacadas eram chatas, mas Esquadrão não, temos este exagero de alívio cômico, mas primeiro temos personagens onde cabe este alívio cômico, para quem lê quadrinhos sabe que a Harley é assim, o Capitão bumerangue é assim, então o filme não poderia alterar isso, não poderia fazer diferente, e não fez, mas foi tomado a cuidado de onde encaixar esta ou aquela piada, não a largou aleatoriamente na cena, não estragou um momento mais emotivo do filme, certamente acertaram em cada vírgula neste aspecto.

O ritmo do filme funciona bem, é frenético, corrido, coisas acontecendo e sendo jogadas em nossas caras a todo momento, infelizmente este pode ser um fator que "pese", se os cortes de Batman V Superman foi algo que lhe incomodou, pode ser que em Esquadrão Suicida aconteça o mesmo, mas não senti nenhum problema com isto, foram muitos personagens que tiveram que nos apresentar em um curto período de tempo, e foi feito muito bem, porém conforme o filme vai crescendo ele começa a criar corpo e os cortes de cenas diminui e deixa as coisas mais tranquilas.

Os 3 atos do filme foram bem construídos, o primeiro ato de apresentação, mostrou que o filme veio para nos descontrair e não nos entregou nada da trama, mas de propósito, este ato focou apenas em sabermos quem é cada personagem. O segundo ato o filme realmente aparece, a história é jogada para nós e algumas cenas do ato de apresentação finalmente se encaixam, começamos a entender a motivação de cada personagem ali presente e qual é a verdadeira missão deles, a preocupação com o desenvolvimento é notável, percebemos o filme crescendo neste momento, e finalmente o ato de desfecho do filme, este ato é um pouco confuso, temos a sensação que a tonalidade do filme muda, mas não atrapalha, a história ainda está ali, as mesmas motivações ainda estão ali, e o final é agradável, emocional e da uma sensação de "quero mais".

Algo que pessoalmente me incomodou muito foi a falta de coragem da DC em matar algum membro, não darei spoiler (talvez um pouquinho), mas senti que poderia ter morrido um personagem mais importante para trama, para o próprio desenvolvimento futuro da DC, mas mataram um personagem "é... tanto faz".

O filme é forrado de fan service, a todo momento temos algum quadro passado para as telas, e temos um do Coringa e Arlequina, que quase parou meu coração. A entrada do Arkhan também é tirado direto dos quadrinhos, algo que a DC mostrou que faz bem é a fidelidade visual.

A trilha sonora é perfeita, tem clássicos do Rock e do Rap, música para todos os gostos, realmente muito bom, mais uma vez a DC acertando.

Não focarei aqui pois teremos um especial de Review para cada personagem, mas temos que falar um pouco sobre os personagens. Joel Kinnaman foi uma grata surpresa como Rick Flagg, confesso que já gostava do ator desde Robocop, e ele consegue mostrar que em um filme com Arlequina, Coringa, Pistoleiro e Amanda Waller ele também teria espaço, não só personagem, mas o ator também. O Coringa, ele é um tanto quanto controverso, 8 ou 80, ou vão amar ou odiar, mesmo com pouco tempo em tela, porém diferente de qualquer versão do Coringa, Leto conseguiu nos apresentar o medo, todas as suas cenas víamos uma insanidade, não sabíamos o que ele faria e por cima de tudo, finalmente um Coringa que ama a Arlequina, é deixado bem claro que o amor dela é recíproco.

Eles funcionam como equipe e criam uma lealdade entre eles, as cenas de lutas foram bem coreografadas, parecia que lutavam juntos a anos.

Uma falha comum nos filmes de quadrinhos presente aqui, é o "vilão" do filme, vilão sem motivação, fraco e pouco desenvolvimento, senti que a Waller era mais vilão que eles, mas talvez seja a intenção, uma vez que todos ali eram pessoas com valores um tanto quanto questionável.

As atrocidades ditas pela crítica especializada estão exageradas demais, o filme não é nenhuma obra prima, mas está longe de ser ruim, não sou crítico, mas acredito que um 7/10 é merecido.

E como sempre falo, o melhor crítico é você, assita o filme e tire as próprias conclusões, e depois comenta com a gente o que acharam.